sexta-feira, 29 de abril de 2011

Se eu estiver sonhando, não me acordem

Eu nunca gostei de dividir minha cama com ninguém. Isso, as pessoas que me conhecem bem sempre souberam. Mas, como tudo o que vivo com você é bem novo pra mim, eu consegui encontrar o meu lugar no mundo, dividindo a cama com você. Ali, envolvida em seus braços, com meu nariz encostando no seu peitoral peludo e com pequenos pedaços sem pelos que eu descobri o meu lugar no mundo. Gosto de sentir a sua respiração e o seu corpo quente encostado no meu. Gosto quando estamos no auge do nosso amor intenso e eu olho para os seus pés, eu gosto muito dos seus pés e de como eles ficam retesados naquela situação e depois reparo na sua expressão facial e na sua boca, especificamente, que tem toda uma característica especial.
Teve um dia em que, após o nosso ritual de amor intenso, eu tive vontade de chorar. Meu Deus, a vida não poderia ser melhor que aquilo, estar ali em um puro ato de amor, compartilhando o êxtase da adrenalina com o amor da minha vida. Se eu estiver sonhando, não me acordem, por favor!

Hoje essa frase se esbarrou em mim:

"Sou capaz de suportar todos seus defeitos, até o pior deles que é não saber de vez se me quer ou não".

Gabito Nunes

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Muito amor

Para os grandes, eu penso. E viro a cabeça pra pensar em outra coisa. É mais feliz gostar, amar é pra quem pode. Mas você ou a vida ou sei lá. Insiste. E então chega enorme. E só me resta rir que nem quando vejo um bebê muito pequeno e lindo. Você ri. Vai fazer o quê? É o milagre maravilhoso da vida e eu ficando brega e cheia de medo e cheia de vontade de te contar tantas coisas e nem sei se você gosta de ouvir meus atropelos. Muito amor. E então fico querendo não trair a beleza. Com você sinto a fidelidade de ser tranquila. Um pacto de paz com o mundo. Pra não me afastar de você quando estou longe. E é impossível então que os martelos do apartamento de cima sejam realmente martelos. E é impossível que as chatices do dia sejam realmente sem solução. E os outros caras, aviso, olha, é amor. É amor. Ainda que eu quisesse, não consigo mais nem um centímetro pra você. Desculpa. O amor é terrivelmente fiel. Porque ele ocupa coisas nossas que nem existem nos sentidos conhecidos. É como tomar água morna depois de ter engolido um filtro inteiro de água geladinha. Ninguém nem pensa nisso. Muito amor. De um jeito que era mesmo o que eu achava que existia. E é orgânico dentro da gente ainda que vendo de fora não pareça caber. O corpo dá um jeito. Minha casca reclama mas incha. Tudo faz drama dentro de mim, ainda que nada seja realmente de surpresa. Sentir isso era o casaco de frio que sempre carreguei no carro. Cansado, abandonado, amassado, sujo, velho. Mas, de repente, tudo isso desistente tem serventia e a vida te abraça. O guarda-chuva do porta-malas. A bolsa falsa do assalto que minha mãe mandava eu ter embaixo do banco do passageiro. Sentir isso são os trocos que você guarda pra emergência. Amar grande é gastar reservas e ainda assim ter coragem pra dar o que não se tem. Amar grande é ter vertigem no chão mas sentir um chamado pra voar. Amar grande é essa fome enjoada ou esse enjôo faminto. É o soco do bem na barriga. É mostrar os dentes pra se defender mas acaba em sorriso. É o sal que carrego no fundo falso da bolsa pra quando eu não aguentar a vida. É o açúcar que carrego junto. É tudo que pode sair do controle. É meu corpo caindo. E as almofadas de várias cores pra me dizer que pode dar certo. É o desespero aconchegante.



Foi escrito pela Tati Bernardi, mas poderia ter sido escrito por mim.

Ela está chorando ou está rindo?

Ela está rindo para não chorar...

Ser adulto é

estar com a garganta inflamada, com a cabeça abstratamente flutuando de tanta falta de dormir bem e, mesmo assim, ser obrigada a ler processos, entendê-los e escrever um despacho sobre o assunto.
Não me lembro de ter assinado o contrato com o mundo adulto, não posso rescindir o contrato e voltar a ser criança?

Ela, que vive desprevenida

Ninguém lhe avisou que a vida poderia ser assim: dura e difícil. Ninguém lhe disse que poderia fazer frio e que ela precisaria de cobertores e casacos felpudos e quentinhos. Ninguém lhe disse sobre as pessoas de coração doente que cruzariam a sua vida e que lhe adoentariam a alma também. Ninguém lhe ensinou as regras para se viver neste mundo cheio de hipocrisia e falta de verdade e abastecido de ideais de vamos-sempre-mostrar-o-que-não-somos.



terça-feira, 26 de abril de 2011

A vida dos outros

Tenho lido muito sobre a vida dos outros ultimamente. Pessoas que possuem essa sensibilidade exacerbada em relação ao mundo, tanto para com as grandes, quanto para com as pequenas coisas. Ao ler a vida dos outros, eu observo, por uma frestinha da porta deles, como a vida acontece do outro lado. Leio sobre vidas muito mais complicadas que a minha e é então que vejo como a minha vida é fácil e simples, mesmo sendo tão intensa.

Tenho lido sobre histórias lindas de amor, intensas e trágicas. Sobre pessoas que conseguem, a cada dia, dar a volta por cima.

Tem gente que nasce assim, sentindo tudo demais. Cada sentimento consegue se tornar tão infinito, tão forte, tão intenso e quem não é assim não entende. No meu círculo de pessoas não há muita gente assim, são pessoas que me amam, mas que não conseguem me entender muito bem, não sabem se eu sou depressiva ou complicada demais ou dou muita atenção a coisas que, para elas, são insignificantes. Então, quando encontro alguém de alma sensível, ligo-me, imediatamente, àquela pessoa, faço conecção de alma. São poucas e tão necessárias essas pessoas em minha vida, elas me lembram que eu não estou sozinha no mundo dos de pouca sensibilidade, elas me lembram que não sou uma pessoa anormal, apenas diferente. E diferença é algo bom, é saudável.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Desabafo da meia noite

Quem foi que inventou que a gente só tem que ser forte? Eu consigo ser forte o dia inteiro, sorrio sinceramente por diversas vezes no meu dia, sou feliz, mas o relógio marca meia noite e a Luíza Possi está cantando repetidas vezes que “vai sim, vai ser sempre assim, a sua falta vai me incomodar. E quando eu não aguentar mais vou chorar baixinho pra ninguém ouvir. Vai sim, vai ser sempre assim, um pra cada lado como você quis e eu vou me acostumar quem sabe até gostar de mim”e essa indefinição se vou continuar ou não aqui no apartamento, que se tornou meu lar, e a mamãe ligando e dizendo que torceu o pé (e eu poderia ter torcido o pé, mas não a minha mãe, eu não gosto que a minha mãe torça o pé, ainda mais estando distante de mim) e o e-mail que já li diversas vezes, as palavras frias de despedida e a mensagem fatídica da madrugada de sexta-feira e eu a estou relendo e esse gosto de não na boca porque eu sinto que a vida só me diz não quando o assunto é sentimento, principalmente em se tratando da minha intensidade e da minha maneira de ter preguiça de participar desse jogo de vou-fingir-que-não-estou-nem-ligando-pra-ele-ficar-gamadão, aí eu não aguentei mais ser forte não, aí eu chorei, aí eu tô chorando, aí eu deixei a tristezinha dar uma escorada no meu ombro, só agora, meia noite, só agora eu vou ser fraca, em segredo, com as portas e as janelas fechadas e com a Luíza Possi cantando uma música triste de uma maneira alegre. Deixa eu ser triste só agora, vida. Deixa eu ser fraca só agora, sem ninguém ficar me dizendo que tenho que ser alegre, é pesado a gente TER QUE ser alegre, eu só quero ser espontânea. Aí eu começo a chorar por um motivo e tiro do fundo do coração outros tantos motivos guardados. E a saudade de morar com papai, mamãe e Su e do Xuxo (sim, eu tive um cachorro lindinho e coloquei esse nome brega nele e ele morreu e, desde então, eu não quis mais nenhum cachorro e nunca mais vou querer, eu acho). E o medo de não conseguir alcançar meus (inúmeros) sonhos, mesmo sabendo que eu vou conquistá-los, todos eles. Deixa eu chorar só mais um pouquinho, vida. Deixa eu ficar fraca só mais um pouquinho. Mais tarde vai ser de manhã e o sol vai iluminar a escuridão da noite e aí eu volto a ser forte, mas agora eu quero poder ser fraca.

Sobre o que sobrou

Uma foto. Eu, nossa amiga e ele. Foi o que sobrou a mim. Ele de camisa verde, lindo. E as lembranças de como ele estava chato comigo neste dia, jogando-me indiretas bobas do tipo “ela não sabe cozinhar”. Ele nem deve saber disso, mas essas coisas bestas que ele dizia só pra me cutucar me doíam de leve. Mal sabe ele que aprender a cozinhar é a menor das atitudes que eu estava disposta a conquistar por ele. Ele está perdendo uma grande mulher que, eventualmente, e como um pequeno detalhe a mais, aprenderá a cozinhar.

Neste mesmo dia, eu pedi a ele um abraço em meio a uma mesa de bar repleta de pessoas, ele fica sem graça com esse tipo de atitude, mas, mesmo assim, se desarmou e permaneceu abraçado comigo durante alguns minutos. E, logo depois, aconteceu um beijo de filme numa esquina qualquer, no meio da madrugada. Estas lembranças eu quero guardar no meu cofre de tesouros peculiares. É nesses minutos que a vida acontece de verdade pra mim.

Sobrou-me uma foto e muitas lembranças bonitas!

O apego não se desapega de mim

Não bastasse minha dificuldade em desapegar-me da pessoa, ainda existe a possibilidade de eu me mudar do apartamento em que moro e, somente agora, percebi que me apeguei a este lugar, exatamente do jeitinho que ele é. Nem vou me mudar de condomínio, olhei outros apartamentos aqui mesmo, mas fiquei triste, nenhum é tão delicadinho como este. Aqui, todos os espaços ocupados e até os desocupados se encaixam em mim e eu me encaixo neles.

Não quero me desapegar. Estou triste e esta possibilidade de mudança está me descendo como um pedaço de pedra no meio do feijão.

A gente vai ficando mais velha e cada vez mais apegada a lugares e a pessoas, é isso?

Sobre o meu reencontro com a solidão

Decidi abraçar minha solidão, não como uma entrega triste a um destino irremediável, mas como uma maneira de encarar a realidade sentindo paz. Se é assim que está sendo, então não vou lutar contra. Aceitar o que me acontece, aceitar o que sou.

E minha solidão não significa ausência de pessoas, sou cheia de bons amigos e tenho uma família maravilhosa que me apoia em tudo e sempre. Minha solidão é, antes, falta da pessoa. Mas existe o tempo que ameniza as saudades e os sentimentos fortes e latentes dentro de nós. Sobra também um sentimento de fracasso quando olho para o encontro de duas almas que se gostam e se encaixam e se complementam e, mesmo assim, mesmo depois de tanto esforço, restou apenas o desencaixe, a confusão, o desentendimento e a distância.

Olho para o horizonte, não consigo enxergar o que está lá na frente, mas há uma certeza dentro de mim de que coisas lindas e grandes e intensas e verdadeiras me esperam, independente do que e de quem estará lá. Eu, então, aceito que este é o curso, o caminho do rio da minha vida. A gente vai se esbarrando em pessoas que nos arrancam nossos melhores sorrisos e nosso maior sentimento de amor e a gente quer que isso continue e a gente tem mania de querer eternizar tudo e a gente quer que aquela pessoa fique pra sempre e a gente quer que aquela felicidade que habita no simples fato de se estar próxima àquela pessoa dure para sempre, mas não é assim que funciona. Sendo assim, só me resta agradecer à vida por ter me dado este presente que durou 5 meses e 2 significativos dias de minha vida.

Agora continuo seguindo meu caminho e a hora é de abraçar a solidão, até porque, momentaneamente, não sinto vontade de preecher o espaço que sobrou na minha cama e no meu coração com outra pessoa, só com a solidão. Como cantou a Marjorie Estiano, “vivo bem com a solidão”.

domingo, 24 de abril de 2011

Quando o que sobrou foi o não fazer mais nada

"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho... o de mais nada fazer." (Clarice Lispector)


Sim, Clarice, eu me cansei de fazer tanto esforço em demonstrar o meu amor e tentar receber um pouquinho de carinho de volta. Fui capaz até de remar um barco pesado sozinha, acredita? Amei com todo o amor que coube em mim e, às vezes, ainda transbordava amor de mim, é tão grande que não cabe aqui dentro. Falei tantas coisas, mudei tantas outras, fiz, aconteci, mas não recebi muita coisa de volta. Não posso negar que recebi carinho e um pouquinho de atenção. Batia inúmeras vezes na porta e ela só era aberta de vez em quando e, logo depois, era fechada de novo. Eu só queria que a porta ficasse aberta o tempo todo, já que a minha escancarou-se há 5 meses atrás e desde então eu não a fechei mais. Sinto-me remando contra a maré, remo, remo e remo, mas não saio do lugar. E não se trata de falta de paciência, porque, milagrosamente, tenho sido a pessoa mais paciente do mundo.
Quero mão dupla, quero retorno, quero ser amada também de uma forma digna. Não adianta sentirem algo por mim e não demonstrarem isso concretamente.
Cansei tanto, Clarice, estou tão desgastada, é difícil demais para a minha mente entender. Então decidi não entender mais nada, quem quer ser entendido, que se explique. Não quero fazer mais nada. Quando alguém estiver disposto a remar comigo, eu volto a remar.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Sweet november

You're my (sweet) november and every month is november for me.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Exercício para uma alma equilibrada

Quando o que você mais precisa é de calar-se de dentro pra fora, mesmo que a sua alma grite com você o tempo todo.

Um dia comum

Cristina chega em casa numa noite dessas de quinta-feira que acontece meio de supetão, tira seus chinelos e anda descalça pela casa como se essa fosse uma maneira de sentir-se livre, palavra esta que não tem se enquadrado em sua rotina (árdua) de quem está plantando sonhos.

Com os pés sentindo o frio do chão, esquenta no micro-ondas 3 almôndegas ao molho de tomate com ricota e acrescenta três bolinhas de mussarela de búfala, as quais achou, posteriormente, sem gosto, mas necessitava de proteína.

Após satisfazer sua necessidade alimentar, despe-se de suas vestimentas e entra embaixo do chuveiro como quem acredita que essa água jorrando em sua cabeça lhe trará novos ânimos e, porque acreditou, trouxe-lhe mesmo.

Somente após esse ritual, pega seu livro, seus marca-textos, seu abafador de sons e dedica-se aos seus estudos.

A vida de Cristina tem acontecido assim ultimamente, tudo no modo automático, sempre correndo contra o tempo, cada atividade é cronometrada. Cris tem sonhos grandiosos para sua vida, sempre teve. Agora mesmo está vivendo um dos que sonhou há tempos atrás. Cristina consegue alcançar seus sonhos, mas, enquanto está no período do plantio, sempre é afetada pelo medo e, às vezes, pelo desânimo. Logo depois, levanta-se e segue em frente. Não há tempo para se lamentar, só para batalhar.

Cris tem buscado equilíbrio, mesmo sendo este termo algo tão distante de sua personalidade.

E lá está Cristina, deitando-se em sua cama e sonhando com coisas que ela mesma não pode plantar, talvez somente Deus o possa e ela acredita firmemente em que Ele está justamente, neste exato momento, cuidando disso. Então Cris coloca sua cabeça no travesseiro e dorme como se recém-nascida fosse, sem se importar com o mundo caótico que acontece em sua volta, dorme simplesmente.

sábado, 2 de abril de 2011

6 de março de 2011

Hoje, na livraria, até fui abordada por alguém suficientemente interessante e agradável. Tive vontade de aceitar, despretensiosamente, seu convite para conversar sobre o Cisne Negro e pra conhecer melhor a pessoa agradável e simpática que aparento ser para ele. Mas não quero abrir mão do que sinto por você ainda, sobra sempre aquele fio de esperança como a arraia que se enrolou em mim quando eu tinha sete anos de idade; ela era apenas um fio imperceptível no mar, mas se envolveu em mim e, de repente, era uma bolsa enorme de ar. A minha esperança é um fiozinho imperceptível que, às vezes, incha como uma bolsa de ar.

Desabafo do dia 28 de fevereiro de 2011

Meu estômago sente essa acidez que o corrói, assim como o meu coração. O que mais me entristece é lembrar que eu vivia tão bem com a minha solidão. Eu era tão de cheia de mim, fazia questão de deixar bem claro para as pessoas que passavam pela minha vida que elas estavam só de passagem, que nem adiantavam as cobranças e, muitas vezes, fiz questão de vê-las uma única vez na minha vida e nunca mais. "Olha, querido, você é meu dia 1 de janeiro de 2010, aproveitemos esse único dia em que nos veremos na vida. Beijos". "Você quer exclusividade de mim, sendo que o que nós temos é apenas essa relação fake, o ficar? Nunca terá", eu dizia a eles. Eu até gostava de algumas pessoas, pra ter o coração, de qualquer maneira idiota, preenchido. Mas quando eles começavam a gostar de mim em troca, acabava todo o meu sentimento e eu ia embora correndo. Eu adorava as minhas relações platônicas, eu fingia que gostava de alguém qualquer, só pra fingir pro meu coração que havia alguém para ocupá-lo e eu criava um personagem perfeito para aquela pessoa, criava uma relação linda que só existia na minha cabeça. Sem aproximações, eu aqui, ele lá. Eu gritava aos quatro ventos que não precisava de nenhum homem para me sentir bem, completa e feliz porque eu já era essas 3 coisas sem a presença de nenhum deles, não fazia sentido me envolver com alguém.

Então você chegou e aconteceu o contrário. Você me roubou a solidão e não me ofereceu verdadeiramente companhia. Você foi a minha Renata. E agora eu sou uma daquelas pessoas idiotas que imploram a sua atenção. Idiota e ridiculamente. Você ganhou o prêmio. Conseguiu me fazer apaixonar por você, mas esse sentimento não te interessa e agora eu não sei o que fazer com ele. Uma hora, eventualmente, eu espero que acabe e que não demore muito porque tem me consumido de uma maneira que não é nada saudável.

O fantástico mundo de Remi

É incrível a capacidade que o mundo tem de me fazer remeter a você o tempo todo (já não bastasse a minha mente traiçoeira que me sabota o tempo todo ao não te tirar um segundo sequer dos meus pensamentos). Decidi tomar meu café da manhã em um café que tem aqui no life, é minha primeira vez aqui. Está tocando Adriana Calcanhoto e eu estou degustando uma tapioca maravilhosa com café com leite, enquanto aguardo meu cuscuz. As pessoas conversam sobre Fortaleza e o beach park e eu estou morrendo de vontade de apertar send no meu celular quando aparece seu nome na tela (claro que não tive coragem de apagar o seu número) e te dizer o quanto você seria a melhor companhia para este momento!
Tenho sentido vontade de assistir o sol nascendo e também te imagino ao meu lado, na beira do lago, visualizando o espetáculo da natureza, onde a escuridão da madrugada cede lugar aos raios luminosos do sol, sentiríamos frio e nos abraçaríamos, não precisaríamos dizer nada porque as palavras estariam implícitas em nós, no nosso abraço de encaixe perfeito e na paisagem diante dos nossos olhos. A minha alma começaria a cantar uma canção nova, desconhecida, uma canção sem letra, apenas sons, leves, de paz.
O meu cuscuz chegou e eu parei para apreciá-lo. Como é divino comer algo tão maravilhoso.
Lembro que não te tenho aqui. Estou em paz, mesmo que profundamente triste.