quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Não penso, logo existo

Eu estava dormindo, mas também estava acordada. Era um daqueles sonhos surreais que se confundem com a própria vida, era uma daquelas vidas reais que se confundem com um sonho surreal. Dessas coisas que a gente não sabe explicar de onde veio ou como aconteceu. Só se sabe que é e que está. Agora. Hoje. Neste minuto. Neste segundo.
Eu era dessas que sobem no cavalo e seguram as rédeas firmemente e tentam comandar o pobre do mamífero herbívoro. Entretanto me faltava técnica. Até sabia um pouco da teoria, mas eu era mais cabeça dura que o animal, quem disse que a colocava em prática? Queria fazer tudo do meu jeito, mesmo sabendo que era tudo falho. Então, num dia desses de tempestade tenebrosa, decidi descer do cavalo. Deixei-o vagar pela mata úmida e enlameada e segui meu caminho torto. Pensei que nunca mais voltaria a ver aquele cavalo marrom de pelos macios e nem me importava. Estava sem forças e cansada. 
Porém, alguns dias depois, ele apareceu, nos esbarramos num dia de sol quente de verão, seus olhos brilhavam e olhavam timidamente o chão. Eu dei voltas ao redor dele enquanto refletia se deveria subir em seu lombo novamente. Passamos vários dias do nosso verão repetindo essa descrição, como se fôssemos figurantes de um quadro: olhos em direção ao chão, movimentos circulares em volta do bicho. 
Os dias se passaram e, quando me dei conta, estava cavalgando, cabelos soltos ao vento, fazendo a famosa pose libertária de Jack e Rose no Titanic - braços abertos.
E não é que, quando penso na existência da tal da rédea, o cavalo começa a relinchar e a coisa desanda?
Que me perdoe Descartes, mas, com a minha filosofia barata, cheguei à seguinte conclusão: Não penso, logo existo.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Tagarelice sem coesão


É pequeno, é bobo, é insignificante, mas vem me beliscar vezenquando. É um cansaço que, de tão cansado, já me fez cansar de estar cansada dele. É uma angústia de não aguentar mais esperar por algo que eu não devia estar esperando. Dizem que só chega quando a gente para de esperar. E eu estou, lá, sempre esperando.
Hoje cansei muito de novo. Chorei por um motivo bobo. Essa fase de estudos pré-edital acaba com o meu emocional. Eu me cobro, eu só tenho tempo para estudar, eu me acho feia (até porque passo longe do salão de beleza), eu invento minha própria dieta agradável e fico... hum... gorda! Eu tenho que correr contra o tempo, cada segundo é precioso. Se paro para fazer meu lanche da tarde, perco minutos em que poderia estar aperfeiçoando meu aprendizado sobre a grafia das siglas (caiu isso numa prova da FGV e eu errei a questão, acredita?). É um turbilhão de pressão entulhado dentro de mim, que, quando acha uma brecha, detona o meu emocional. E, hoje, ele conseguiu.
Liberei palavras negativas, o tal do turbilhão sabe meu ponto fraco. Falei o que não devia. Lembrei uma frase talvez do Caio Fernando – o amor não é para o teu bico – e digo que o amor é para o meu bico sim, se ele é para o meu coração, se eu sei senti-lo, eu sei vive-lo. Eu não nasci apenas para sentir o amor, eu nasci para vive-lo. Chega de brevidades, de talvezes, de efemeridades; eu quero concretudes.
Bem que meu horóscopo disse que eu estava numa fase de "procurar cabelo em ovo", é, não só o procurei como o encontrei! 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Seja bem vindo, 2012!

A verdade é que 2012 é, nitidamente, um ano novo pra mim. Tudo é novo, até o velho se renovou e está com cara nova. Eu tenho certeza de que tudo está encontrando seu lugar, rearranjando-se. A paz, aquela que excede todo entendimento, inundou meu ser de uma maneira inexplicável. Eu não sei o que virá, mas eu sei que é bom, perfeito e agradável.
Só me restou agradecer! 2012, apesar de algumas pequenas bagunças, é lindo!