segunda-feira, 30 de maio de 2011

Desta vez, eu não vou fugir

A gente pensa que o passado ficou lá atrás, quietinho, guardadinho. A gente até pensa que o passado, porque passou, não existe mais. E quando estamos nos esforçando em viver bem o nosso presente, o passado vem deixando vestígios, fazendo a gente lembrar que um dia ele existiu. Então vamos lembrando disso com mais frequência e com mais frequência e depois a gente pensa que esse passado bem que poderia nos ajudar a superar crises do presente e aí a gente vai se atolando nesse vai-e-vem de não saber o que fazer.
Mas a verdade é que, se algo não deu certo lá atrás, não existe possibilidade de dar certo agora. Sim, as coisas mudam, as pessoas mudam, evoluem, melhoram, entretanto a situação toda não vai ficar maravilhosamente bem só porque o tempo é o agora e não o lá atrás.
Tenho essa mania de supervalorizar o passado, só porque não é com ele que tenho que lidar agora, talvez como uma forma de escapar dos meus problemas atuais. Sempre fugi do meu agora, mas, desta vez, vou enfrentá-lo. Acredito que a realidade do presente é, certamente, muito mais evoluída e muito melhor que aquilo lá. O meu presente é complicado porque é novo pra mim, porque eu nunca lidei com o que ele está me fazendo lidar, mas sabe de uma coisa? Eu amo o meu presente, a minha vida atual, os meus problemas hodiernos porque, mesmo sendo tão bagunçados, eu estou aprendendo muito com tudo isso, eu estou crescendo, me desenvolvendo. Eu não quero o que passou, eu quero o agora com todas as crises e dificuldades inerentes a ele. Vemnimim, presente!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Quando abro meu coração é isso que sai de dentro dele

Acho esse mundo um puta lugar estranho e nós somos todos loucos, cheios de esconderijos pros nossos sentimentos verdadeiros, como se o pré requisito de viver fosse não demonstrar e nem assumir nada do que se sente, pelo contrário. Não é louco isso?
Hoje eu quero me assumir, inteira, exatamente o que sou. Eu sou uma pessoa carente que vive a procurar o amor, aquele bonito e arrebatador; eu quero ser amada, quero uma relação cheia de intensidade porque todas as vezes em que vivi sem ela, achei a vida o cúmulo do sem graça.
Eu enxergo significâncias naquilo que é, aparentemente, insignificante, tipo uma janela que me mostra um horizonte ensolarado com aguinhas malemolentes do lago Paranoá. Olho através de uma janela desse tipo e a vida passa a fazer o maior sentido. Ou uma sentada num café para comer uma tapioca com manteiga e queijinho (quer sentido melhor de viver do que este?).
Não é no grande, mas sim no pequeno e no simples onde habitam os meus maiores motivos de felicidade. Claro que, vezenquando, a gente quer mesmo as coisas suntuosas e grandes. Mas meus melhores momentos acontecem na singeleza de trocas de olhares e barbas por fazer raspando no meu pescoço e gemidinhos fungantes nos meus ouvidos e beijinhos no pé. É quando eu constato que eu, realmente, não queria estar em nenhum outro lugar, senão exatamente ali e que a vida não poderia, mesmo, ser melhor que aquilo.
E é aí onde, talvez, possa morar o perigo, mas como, meu Deus, eu vou querer outros braços e outros olhares e outra barba se é exatamente essa que me satisfaz plenamente. Então que me desculpem a modernidade, o poliamor, a poligamia, a pegação; mas o que eu quero mesmo é o amor romântico e a monogamia, nesse estilo bem retrô mesmo.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Quando escrever não é espontâneo

Dias mudos, sem palavras. Você as quer, implora por elas e nada. Então você escreve coisas aleatórias mesmo porque este é o seu espaço e você não é muito amiga do silêncio da sua própria alma. Você está em paz, calma e começa a pensar em qualquer coisa que remeta ao filme “minha vida sem mim”, especificamente a parte inicial em que a Ann está embaixo da chuva protagonizando um monólogo, como se ela estivesse do lado de fora de si.
Escrever, hoje, não é nada espontâneo e isso te dói, é como arrancar pedaços significativos da sua epiderme com as próprias mãos. E você continua, continua porque tudo o que você sente é esperança e esta tem sobrevivido em você em cima de circunstâncias absolutamente contrárias a ela e você tem até medo de compartilhar seus processos mentais com as pessoas ao seu redor, as queridas, porque o que se vê é muito distante do que se acredita, mas, mesmo assim, você acredita cada vez mais.
É como se você tivesse nascido, antes de mais nada, para acreditar. E você se sente exercendo a sua função na terra enquanto pratica a sua fé, enquanto tem como certas coisas que não se veem.
E você veio aqui escrever coisas ruins, você queria até reclamar um pouquinho, sei lá, mas você acaba extraindo do âmago do seu ser uma força enorme que te faz, simplesmente, crer, com cada celulinha do seu corpo inteiro, nessas coisas que, por enquanto, só habitam o seu coração. Você acredita nele, mesmo enxergando um cenário completamente distante do que um dia será. Então você respira profundamente e permite que o universo continue conspirando ao seu favor.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Ciclos Tatibernardianos que também são ciclos Renatianos

"Droga. O quê? Eu falando de gostar. E daí? E daí que vai acontecer tudo de novo. O quê? Vou sentir demais, falar demais, escrever demais, você vai embora."

(Tati Bernardi)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Uma caixa de cereal francês, largada na prateleira do mercado

Eu tinha o costume de ir ao mercado perto de casa, durante a madrugada. Andava pelos seus corredores vazios à procura de algo que eu não sabia bem o que era ou apenas andava, olhando atentamente os objetos enfileirados nas prateleiras.
Havia uma caixa de cereal francês que me chamava a atenção, sempre que eu ia ao mercado, pegava a caixa com as mãos e lia as letras grafadas em francês e colocava a caixa de volta. Ela me chamava a atenção e eu gostava dela, mas nunca a levei pra casa. Sempre a deixei lá na prateleira do mercado.
Hoje, estou me sentindo como aquela caixa de cereal francês. Sou interessante, mas não ao ponto de ser levada pra casa. Talvez por insegurança gerada por silêncios entrecortados por palavras de dúvidas e incertezas.
Voltarei àquele mercado e comprarei aquela caixa de cereal porque é muito ruim ser ignorada ou abandonada, sei lá. Mesmo que seja apenas uma caixa inanimada, vai ver era exatamente isso que eu procurava naquele mercado, durante aquelas madrugadas vazias e nunca me atentei para esse fato.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Não era força, era vontade dela

Aquilo que ontem eu pensei ser força, era apenas vontade dela. Na verdade, estou fraca e precisando de cuidados. Descobri, assim, de repente, no consultório da minha nutricionista, que a minha instabilidade emocional vai acabar me explodindo, caso eu não dê solução a ela. Reclusão é necessário, assim como cuidar de mim. Vou conseguir estabilidade?

Perenidade

"Mesmo quando as vidas aparentam se afastar, o sentimento da gente pode ignorar a palavra despedida, tantas vezes apenas um faz-de-conta, tentativa de ida que, apesar de anunciar, não sabe mais como ir embora.


Quando o encontro é bom e tem lume não tem porta de saída: é pra sempre, de um jeito ou de outros, no coração."


Ana Jácomo

segunda-feira, 16 de maio de 2011

De onde veio esta força?

Quando estamos emocionalmente separados, eu sempre acordo com o coração acelerado, olhando para o celular e vendo que, mais uma vez, não há o asterisco vermelho, informando a presença de mensagens de texto. Levanto-me da cama e começo meus dias, tentando deixar nela a angústia que seus silêncios me provocam. Odeio brigas, mas as prefiro aos silêncios. Sinto-me insultada e ignorada.

Estou cansada da minha fragilidade, da minha covardia em permitir que a sua mudez me impeça de continuar. E não sei de onde veio, mas agora eu estou diferente, existe uma força dentro de mim que eu não tinha antes. E essa força me diz que, independente dos acontecimentos, dos resultados, das consequências, a minha vida vai ser sempre boa e feliz, mesmo que não seja com você por perto, porque é o que pessoas como eu merecem do universo. Ele conspira ao meu favor, eu estou bem certa disso.

Então é assim que vai ser daqui pra frente, eu gosto de você e eu estou aqui cheia de todos os sentimentos bonitos e todos os mimimis que você já conhece dentro de mim, mas não quero mais as nossas instabilidades me abatendo, não vou lutar contra o destino, ou contra a sua vontade. Estou desvinculando a minha felicidade de você. Quero ser feliz apesar da sua ausência, apesar dos seus ásperos silêncios, apesar do seu orgulho.

domingo, 15 de maio de 2011

Sobre a nossa história

Na primeira vez que ficamos, ele me convidou para dormir na casa dele e disse que faria café da manhã pra mim, no dia seguinte. Fiquei tão assustada com aquilo que saí correndo, no meio da madrugada, e fui dormir no aconchego da minha cama, no quentinho do meu lar, onde não havia ninguém pra me fazer promessas que começariam com cafés da manhã e poderiam terminar, sei lá, com sentimentos mais sérios. Eu, que sempre afugentei pessoas com os meus sentimentos e profundidades, estava sendo afugentada por um convite de dormir abraçadinhos e tomar cafezinho da manhã juntos. Aquilo era demais para a minha pessoa, pensei logo: Charlatão ou o último-romântico-da-face-da-terra. E nenhuma dessas duas opções me interessaram.

Quatro dias depois, recebi um telefonema dele, me chamando para almoçar. Claro que sim, você pode me buscar aqui na porta do meu local de trabalho, mas estou fazendo dieta, escolha um lugar adequado. Não cortei o mal pela raiz, mal sabia eu que estava brincando com fogo. Fomos almoçar como se fôssemos dois colegas de trabalho. Não me lembro direito, mas acho que ele descansou a mão direita sobre a minha coxa ou segurou minha mão, alguma coisa assim que só românticos ou galanteadores-charlatões sabem fazer. Eu não sabia bem o que ele era, mas não me importava muito, eu só estava brincando, encarando a personagem eu-aceito-seu-romantismo-sem-me-apaixonar-por-você. E eu me lembro de fazer com que ele desse uma mini-volta pela cidade para buscar um remédio na farmácia homeopática para mim, pensei comigo mesma, já que está tão prestativo, vou me aproveitar dele, até porque morro de preguiça de andar por aquelas entrequadras engarrafadas sozinha. Ele errou o caminho algumas vezes e disse: É bom que eu passo mais tempo com você. Pronto, meu sininho-interno-identificador-de-charlatão tocou. Eu ri sem graça, minha Renata romântica adorou ouvir aquilo, a bichinha até acordou de seu sono profundo e começou a pular dentro de mim, mas claro que eu fechei a porta na cara dela e não deixei aquilo me afetar.

Não me lembro bem da ordem cronológica, mas acredito que o nosso próximo encontro foi um jantar na casa dele. Fui ao shopping fazer compras, afinal adoro inventar novos motivos para isso. Cheguei linda e perfumada no apartamento dele e o encontrei vestindo uma camisa com a gola em V, um escapulário que me chamou a atenção desde então, calça jeans e uma sandália de couro. Ah, ele começou a me ganhar ali, naquele dia. Abriu um vinho, fazendo comentários de homem interessante. Sentamo-nos na varanda com nossas taças de vinho e conversamos. E, a partir de então, se o resto da vida se resumisse àquela sentadinha na varanda, eu não acharia ruim. Ele não sabia, mas eu sempre fui uma apreciadora de varandas. É bobo, mas importante. Depois ele revelou que não tinha feito o jantar e sim comprado e o prato era Ravióli (eu acho, porque não entendo de massas). Bom, ele não sabe até hoje, mas eu não comia massas há muitos anos, desde que meus pais saíram de casa e eu e minha irmã passamos a morar sozinhas, nossas refeições se resumiam a massas de todos os tipo de molhos possíveis e imagináveis, então eu havia enjoado até da palavra m-a-s-s-a. Resolvi não tocar no assunto e pensei que a combinação era realmente perfeita e ele estava se esforçando, então foi aí que comi um ótimo ravióli, acompanhado de um bom vinho e, hum, talvez uma boa companhia (é claro que meus espinhos internos estavam engatados na minha epiderme para furá-lo a qualquer momento, eu não podia dar o braço a torcer a mim mesma que eu estava gostando de um jantar a dois no apartamento de um homem interessante, era demais pra mim). Nessa noite, eu dormi lá.

No outro dia, ele veio me buscar em casa, jantamos no lounge do meu condomínio, uma saladinha maravilhosa. Na hora de pagar, eu me ofereci, afinal ele já tinha pagado um almoço e um jantar, era a minha vez, eu não gosto de ter homens me bancando, pensei. Ele disse que perguntaria para a garçonete, se ela dissesse que eu poderia pagar, então eu pagaria. Mas eu conhecia a garçonete, a Lili, e, como eu esperava, ela disse alguma coisa que me impediu de pagar a conta. E foi quando ele começou com a história de que o primeiro encontro o homem paga e a mulher paga os seguintes. Ele também é engraçado, pensei. E ele usou essa frase até quarta-feira passada, quando decidi assistir jogo de futebol amigavelmente (auto-sabotagem) com ele, quase seis meses depois, ao pagar a salada delivery da zimbrus.

Depois do jantar, fomos ao cinema. Eu escolhi o filme e andamos de mãos dadas e abraçadinhos e beijinho vem, beijinho vai, ele me chama para tomar vinho na casa dele. Nessa hora, tudo o que eu queria era dizer sim, quero tomar vinho, quero tanta coisa com você. Mas eu só disse que iria à boate com uma amiga e foi então que ele me levou à porta da boate e se despediu de mim como um bom rapaz que deixa a garota se divertir. Ali, eu pensei que ele não fizesse o tipo ciumento (claro que não tínhamos aproximação suficiente para sentirmos ciúmes um do outro, mas sei lá). Eu estava enganada.

Desde então, eu me desfiz dos casinhos que eu tinha. E esses outros caras me tratavam bem também, era um jantar por dia, era alguém que comprava lentes de contato e vinha me trazer às 7 da manhã porque as minhas tinham rasgado, era vinho na beira do lago, mas, por causa dele – o novembro, o malino – eu perdi o interesse pelos outros, foi aí que eu comecei a ver sentido na letra da música “depois de você, os outros são os outros e só”. E todos perceberam que eu estava mudada, antes que eu terminasse com os outros, eles diziam “você está namorando, Renata? Você está muito diferente”. E eu dizia que não estava namorando, mas que algo em mim, que não havia acendido nunca, resolvera se acender. E que eu não conseguia mais ficar com outros. Eles se comoveram com a beleza daquilo tudo, alguns morreram de ciúmes e me pediram em namoro imediatamente. Mas eles sabiam que haviam me perdido pra sempre. Estava escrito no meu olhar.

Com ele eu consigo dormir abraçadinha a noite inteira, coisa que eu nunca consegui com ninguém nessa vida, com ele eu consigo dividir a cama, com ele eu assisto ao jogo de futebol (coisa que eu nunca fiz com homem nenhum, fora meu pai), com ele eu finjo ser só amiga para não ter que ficar distante.

Eu gosto dele, da maneira que ele me faz sentir mulher; que me faz sentir querida quando diz coisas como “você me é especial e eu quero te segurar com os dois braços”; que ele cuida de mim quando eu estou passando mal pelos meus excessos alcóolicos; como ele me dá conselhos sobre não ficar respondendo “não sei” sempre que me perguntam algo; quando ele me manda mensagem com uma palavra só: linda; como ele me olha nos olhos e me diz verdades profundas, no escuro do quarto dele; quando ele desce pra buscar minha mala no meu carro, enquanto eu tomo banho. Eu gosto de tudo nele e eu não sei onde isso vai dar, eu só sei que até sexta-feira, à tarde, estava sendo bom e eu só queria viver esse bom, sem cobrar nada, sem criar expectativas demais. Eu só queria aceitar essa felicidade que me bateu à porta e deixá-la entrar e parar de lutar contra.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Chutando o amor (com snoopy)

Dói acreditar no que a gente quer e não no que está em nossa frente, dói não entender, dói querer demais, dói ser intensa, dói ver o que poderia ser distanciando-se, dói ver o nunca será se aproximando, dói e dá vontade de fechar o estabelecimento coração para o freguês amor.

Esse tal freguês é novo por aqui, mas chegou mandando em tudo e mudando tudo de lugar, é exigente e não aceita menos do que acredita merecer. Ah, mas esse tal amor pode ser exigente porque ele é lindo e tem presença forte, ele chega e rouba toda a atenção da rua, da cidade, do universo em que está fixado o estabelecimento coração. Só que ele é grande demais, não cabe mais aqui, não quero mais que ele caiba aqui. Vá embora, amor.

Este ou aquele?

Minha vida agora é fazer um esforço exageradamente grande para não acreditar na magia que insisto em enxergar em tudo. Vejo sinais onde não há indício algum. E sigo essa minha intuição enganadora como se ela fosse a verdade mais real e tangível.

Entretanto, não posso negar que, em 26 anos de vida, minha intuição-mágica levou-me a lugares incríveis e trouxe pessoas imprescindíveis e maravilhosas, só que ela também me tirou pessoas.

Não é segredo que eu nunca soube lidar com perdas e cada uma delas vai lapidando meu coração, sabe? É um processo profundamente doloroso, mas bonito de se ver.

E agora estou em uma encruzilhada, preciso decidir que caminho vou seguir. Um deles é muito, muito doloroso, mas lá loooonge eu sei que ele me trará muita felicidade. Já o outro é rápido e fácil, me trará alívio momentâneo, mas nada disso será firme e forte para me segurar no futuro.

Sinto-me tão fraca para enfrentar o caminho número um que estou me enveredando pelo segundo.

Estou precisando de bálsamo agora, pra-já.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Porque rapadura é doce, mas não é mole não

"Se tudo que se quer é a plenitude, se tudo que se quer é a doação e a entrega, se tudo que se quer é daquele jeito, no limite máximo possível, se tudo que se quer é integral; não aceite menos, não aceite pouco. Não aceite quando não houver entrega. Não aceite quando não for totalmente recíproco. Não aceite quando houver tangencialidades. Não aceite quando precisar ser secreto. Não aceite se a oferta não pretender eternidade. Não aceite mentiras sinceras e boas intenções. Não aceito."

[Marcele Alencar]

Trechos do dia

"Porque quanto mais feliz a história, mais infeliz a dês-história."

"Nasci pra dar mãos, dormir abraçada, fazer cafuné, beijos estalados ao amanhecer, rosas, café da manhã e todas as pieguices que passei a vida me negando a admitir. Sou amoralmente romântica e não quero outra pessoa senão a pessoa que eu quero."

Assino embaixo, Iza.


domingo, 8 de maio de 2011

Escrevendo um desenho

Sinto vontade de usar meus lápis de cor para colorir um pouco os cinzas da minha alma porque ela tem se acinzentado. Quero pintar uma chuva fina caindo sobre minhas plantinhas secas e pintar meu céu de tons pastéis, quero um balanço de madeira rústico com um gramado verdinho embaixo dele, eu estaria sentada no balanço, meu sorriso seria pintado de um vermelho vivo, desenharia notas musicais no ar, haveria alguém sentado ao meu lado, também sorrindo um sorriso vermelho e com olhar penetrante, com ar de quem sabe exatamente o que quer da vida. Eu também teria esse olhar. Aos poucos vou completando meu cenário interno, preenchendo-o do jeito que quero que seja...

Como terminar um domingo

Domingo, fim de noite pós cinema (programinha perfeito para se terminar um dia desses), chego em casa cansada, assisti água para elefantes e me deu vontade de abraçar a Rosie, mesmo eu tendo medinho de animais, sinto vontade de ouvir Surfjan Stevens – to be alone with you, preciso dormir, mas decidi ouvir música e responder o e-mail da Izabele, ela está em uma situação difícil, pediu-me conselhos, mal sabe ela que eu a entendo bem, entendo quase todo tipo de situação emocional difícil, mas sou péssima em aconselhar, afinal, se existem dois caminhos para se ganhar o coração de alguém, é claro que eu sempre escolherei o errado, o caminho da perda. Eu sinto que estou sempre perdendo nesse quesito. Entretanto, dizem por aí que não se perde o que não se tem, então deve ser isso: eu não ando sempre perdendo, eu só ainda não tive, de verdade, o coração de alguém. Um dia, quem sabe...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Su,

Hoje é o seu dia e eu te amo sempre, em todos os dias, mas, hoje, quero registrar o quanto você é importante em minha vida, bonitinha.

Há 22 anos atrás, em 5 de maio de 1989, você nascia: branquinha, cabelo pichain que viraria rolinhos loiros, chorona. A minha primeira reação ao te ver foi chorar, o que acaba sendo até poético (independente da motivação)!

Gosto de saber que acompanhei sua vida até aqui e, nesse tempo todo, você cresceu tanto, Su. Em tamanho e em maturidade emocional. E eu quero te dizer isso hoje: que não importa o quanto você chorou ou foi chata ou briguenta, tudo fez parte, tudo foi importante para você chegar ao que é hoje e você foi importante em minha vida e em nossa família exatamente do jeito que foi e que é.

Você é tão linda! Tem um coração tão puro, coisa rara de se encontrar hoje em dia. Aguenta tão firme as pancadas que a vida, de vez em quando, te dá. Acho bonita a sua força, Su. Ela me incentiva a ser forte também.

Eu percebo que, no mundo, a gente briga mais com quem a gente mais ama. Sei que brigamos muito, mesmo morando longe estamos sempre com nossas encrencas, mas acho mesmo que isso só acontece porque nos amamos muito e acho linda a maneira como nos reconciliamos, 2 segundos depois de gritar uma com a outra, apenas com olhares. Estamos chateadas, mas é só nossos olhares se encontrarem que tudo passa, a gente esquece os insultos e até os palavrões. Nosso amor é intenso , Su.

Vez ou outra me pego aqui em casa, deitada na minha cama, antes de dormir, sentindo um amor profundo por você e emanando coisas boas a ti. Quero-te tão bem, desejo-te tão bem!

Quando você ficou adoentada, eu tive vontade de poder controlar o mundo com as minhas mãos e não permitir que esse tipo de coisa te atingisse, mas sei que tudo tem um propósito nessa terra e sei que Deus cuida de ti, desde seus finos fiozinhos de cabelo, tudo sobre você está sendo bem cuidado e guardado pelo nosso Papai-do-céu.

Acho que o melhor presente que posso te dar é isso: minhas palavras, meu amor, minha amizade e minha irmandade eterna. Esteja certa de que eu vou estar aqui, sempre, com chuva, sol, tempo nublado, em qualquer circunstância!

Seja muito feliz nesse novo aninho que marca sua vida, tenha uma vida plena e longa e este será, inclusive, um presente seu pra mim. Sim, Su, é seu aniversário e eu que deveria te dar presentes, mas é a sua vida plena e seu sorriso e sua pureza e sua vida longa que me presenteiam hoje!

Parabéns, irmã, abacaxi, chataelen, xuxuzinha, Su, Sussu, Suelene, Suelen Cristine Silva Leonel!

Ela, a confiança

Era uma doente terminal, no estágio mais avançado da doença. Só queria que esse mal passasse logo. Já estava mais pra lá que pra cá, sabe como são essas coisas, né? Então queria ir pra lá porque o pra cá já estava longe. Não tinha remédio para esse mal, mas, depois, surgiram uns comprimidinhos coloridos, alguém decidiu, finalmente, medicá-la. Entretanto não sabia se o remédio resolveria mesmo seu problema, tinha que ter tomado antes, ela estava tão abalada. Coitada da senhora confiança. Vamos torcer por ela.

Bom dia, cinco de maio de dois mil e onze!

A gente anda pelo mundo com essa vontade de ser feliz, a gente acorda e olha pro dia ensolarado com um ventinho gélido, resquício da madrugada fria, um dia todo bonito para nos dar bom dia! Então, sozinhos mesmo, respondemos ao bom dia do dia: Bom dia! Deixe-me ser feliz, eu quero tanto! Então é como se o dia nos abraçasse com seu horizonte sorridente e nos recebesse em amor e alegria e paz. E então começamos o dia, torcendo para que ele termine tão bem como começou, com suas purpurininhas tilintantes soltas pelo ar porque é isso que vejo em dias assim: magia, encantamento, sentimento bom de que a vida é boa sim!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Frase do dia:

"Onde há vontade, existe um caminho".


Sobre uma morte tão matada quanto morrida

Aqui jaz um coração (bobo) e um amor (idiota). Fim.

Sobre a cegueira

"O pior cego é aquele que não quer ver".
Acabei de perder minha cegueira, agora enxergo e é engraçado que não me sinto melhor agora que vejo com clareza, sinto a dor mais doída de toda a minha vida.

Sensação do dia:

Cá estou eu com as minhas duas pernas quebradas, amputadas, impossibilitada de me mover. Imóvel, paralisada. São as partículas do ar que me levantaram da cama e me trouxeram pro trabalho.

domingo, 1 de maio de 2011

Um trecho de quem me compreende

"Eu queria abraçar apertado como quem muito quer bem e só sabe expressar dessa forma. Eu queria ouvir sua risada calorosa me animar a alma novamente. Eu queria me sentir íntima, próxima, querida. Eu queria que fosse muito mais que um café quente numa tarde fria de final de abril. Eu queria que fosse perene. Eu queria que fosse verdade. Eu queria acreditar, mas ainda não dá. As feridas que se abriram em mim sangram e molham meu rosto e eu preciso de tratamento intensivo para recuperar o que foi destroçado. Quem sabe, um dia, seja só uma cicatriz. Quem sabe, um dia, a gente ria disso junto, levantando taças numa mesa de bar. Quem sabe, um dia, façamos piada desse inverno. Assim espero. Assim espero."


A Marcele Alencar me entende sem mesmo me conhecer...

A virada

Você está ali em meio a uma “balada” no seu próprio condomínio. Você só queria se distrair e ser leve e biritar um pouquinho com um amigo chegado. De repente a cantora vem te dar boas vindas no meio do show e vem te elogiar e vem te chamar pra dançar no centro do “palco” e seu amigo te diz que todo mundo te deseja e que todas as garotas te invejam e as garotas vêm te elogiar. E você só está com vergonha porque ter pernas grossas com gorduras reduzidas não é nenhuma vantagem e você queria gritar pra todo mundo que o que vale é o coração, mas que o seu, hoje, está chorando porque todo mundo te quer, menos aquele que é o seu maior desejado. E você até tenta se interessar por outras pessoas, tem um de camisa rosa claro e você acha o máximo homens de camisa rosa, mas o seu amigo te protege de carinhas que nunca valerão à pena e você não se arrepende porque você percebe que, nas atuais circunstâncias, nunca conseguiria “pegar”alguém como antes era algo tão simples e rotineiro. Você vai a uma balada pra se sentir mais leve e sai de lá pesada por não conseguir ser leve como todas aquelas pessoas aparentam ser, por não achar mais normal sair pegando todo mundo. Porque todo mundo te quer, mas você não quer mais ninguém. Você se sente até uma aberração e comenta com seu amigo e ele sente ciúmes desse que é a personificação do seu desejo eterno. Todo mundo sente ciúme dele. E ele nem se importa com nada, pelo contrário, vive o mundo dele como se você nem existisse. E você, que começou o seu dia tão bem, chora e chora e chora.

Os esconderijos da felicidade

Gosto de aproveitar essas felicidades que chegam sorrateiras em manhãs de domingos ensolarados, quando eu deixo as obrigações no modo de espera e durmo até mais tarde e coloco músicas pra tocar e vou arrumar as minhas bagunças e lavar as louças.

Felicidade boba e simples, felicidade até sem motivo de existir porque há pendências e problemas em minha vida, mas porque é domingo e faz sol eu decidi ser feliz, hoje eu quero exercitar meus músculos do sorriso porque meus olhos estão cansados de chorar lágrimas que não se findam. Quero sorrir sem pressa, sem medo, sem ansiedade, vidinha-linda-do-meu-coração! E há lágrimas nos olhos também, mas elas são de uma felicidade inundante que não cabe apenas em sorrisos, então se derrama em lágrimas, em danças...

Li, esses dias, uma frase mais ou menos assim: “Não espere ser feliz para ser feliz”. E é isso mesmo, a felicidade não habita somente naquilo que intitulamos felicidade, ela está num domingo solitário de afazeres domésticos com fundos musicais e eu nunca esperei encontrá-la ali. Agora dá-me licença que vou sorrir, ser feliz...