segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Daqui a pouco

Se eu fosse analisar a realidade das pessoas que me cercam, eu deixaria de acreditar em tanta coisa, eu deixaria de acreditar em gente. Acho que a situação mais triste na vida de alguém é deixar de ter fé. Não consigo ser esse tipo de pessoa, mesmo quando tudo ao meu redor me manda descrer. São tantos corações despedaçados e se despedaçando cada vez mais, dia após dia. Eu só consigo olhar pra essas pessoas e dizer que o sol vai chegar, que corações se despedaçam para se tornarem mais fortes, que ninguém precisa se tornar cético ou cauterizado, que daqui a pouco a vida dá um girinho e uma brisa leve sopra em nós e nos acalma e traz, com ela, uma coisa boa. Não é fácil ver o coração de pessoas queridas virando cacos. 
Eu não sei de onde surgiu essa fé enorme na vida, que eu carrego desde sempre e para sempre comigo, mas é como minha mãe me disse um dia desses: "as coisas, em sua vida, acontecem de maneira muito grandiosa, minha filha", então eu só consigo crer, ter fé, acreditar! 
Esses dias, a vida está meio desanimada, a força não está presente, o cansaço tomou conta - cansaço de situações, cansaço de ver tudo-sempre-igual. Mas não me resta fazer outra coisa senão continuar e sentir esse pozinho mágico dentro do meu coração, que me faz lembrar que, daqui a pouco, tudo vem, tudo acontece. Eu só preciso ter calma e paciência.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O disfarce

Eu sei que ele disfarçava seu olhar em mim, fechando os olhos quando eu olhava pra ele porque meu olhar nele chegava mais rápido que seu fechar de olhos... Ou será que ele não queria que nossos olhares se encontrassem? Não sei. Tudo o que sei é que foi bom, leve e aliviante aquele reencontro.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Feliz aniversário, Renata!


Hoje é o meu dia: dezesseis de novembro de dois mil e onze! Estou tão calma e serena, que nem pareço eu mesma. Sinto-me inteira, completa dentro de mim. Como se tudo o que vier depois fosse pra adornar, não para completar, entende?
Há uma brisa fresquinha encostando em minha pele e fiozinhos de sol que conseguiram escapar pelas pequenas frestas das nuvens cinzas que preenchem o ceu.
Vinte e sete anos de existência, muitos altos, muitos baixos, muitos risos, muito choro e um coração enorme, cheio de bons sentimentos. Olho pra mulher que me tornei e me sinto orgulhosa: gosto de quem eu sou hoje. Gosto da intensidade que coloco na minha vida, nos meus sentimentos, da minha honestidade comigo mesma, da minha sinceridade, do meu sentimentalismo, vezenquando excessivo.
Estou feliz! Há uma música tocando dentro de mim, desde que eu me levantei da cama hoje. Minha alma está dançante, dançando com suavidade, leveza e euforia.
Tanta energia positiva emanada de tanta gente que me quer bem! Isso só pode ter sido conquistado por alguém que se fez querida! Hoje eu quero tudo o que tenho direito, todos os abraços, todas as palavras carinhosas, os olhares afetuosos e o amor dos meus amados, que é o essencial, o que me mantém de pé hoje e a cada manhã.
Obrigada, Deus, por me permitir iniciar mais um ano de vida nesta terra linda e cheia de surpresas lindas, recheando minha existência dia após dia! Obrigada, senhor da minha vida, pela minha saúde e pelos queridos tesouros com que me presenteou! Obrigada, pai do ceu, por cuidar de cada detalhe meu todos os dias e pra sempre!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Saudade

Dei pra sentir saudade de você agora, sabe? Uma saudade nova, uma falta grande. Até chorei hoje por isso, foi a primeira vez que me deixei chorar por saudade de você desde muito tempo. Esqueci-me que tinha pedido China In Box e abri a porta para receber meu delivery com os olhos inchados e claro que o vizinho resolveu aparecer no corredor com sua esposa nesse momento: ali estava eu com meus olhos inchados e vermelhos, mostrando minha saudade por meio de lágrimas ao mundo. O orgulho que eu tinha juntado até então se esvaiu ali, na porta da minha casa.
Não sei de onde tirei essa saudade depois de tanto tempo. Pego meu remédio para passar na sobrancelha, aquele que você foi buscar comigo no nosso primeiro almoço, e me lembro de você. Lembro-me do ano passado, lembro-me do quanto fui feliz apesar de todos os apesares. E eu nem quero voltar a ser prisioneira de um sentimento - lindo e infinito. Só sinto saudade. Saudade sem fundamento, sem prospecções futuras, só saudade. Vejo um vestido e saudade, leio um texto antigo e saudade, vejo uma série na tv e mais saudade, vejo chocolate quente e mais uma dose de saudade, saudade, saudade, saudade.
Vezenquando surge um impulso enorme, quase pego o telefone antigo pra procurar seu número e discá-lo e ouvir sua voz do outro lado da linha e te contar sobre minha apresentação de ballet, sobre meus 3 quilos a mais, sobre o casamento em que vou ser madrinha e todos os detalhes que isso envolveu, sobre meu desânimo com esse tempo chuvoso, sobre meu clube de leitura e sobre o livro maravilhoso que li, sobre o whey novo que comprei, de chocolate, que fica parecendo milk shake quando bato com leite de soja light, sobre os lugares que conheci, as comidas que comi. Eu acho que eu sinto falta disso, de poder te ligar (tá, eu nem fazia isso antes, mas acho que agora, sem expectativas e pretensões, ficaria mais fácil e leve fazer esse tipo de coisa) e te falar 2 dúzias de banalidades e ouvir a sua meia dúzia delas.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Mantra

Venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha, venha...

Inferno astral? Não, obrigada.

Os dias passam rápido e também demoram demais. O coração está tranquilo, cheio de um vazio disfarçado de paz. Parece que não sentir e ter o coração relativamente vazio é paz. Desculpe-me, inventor desse tipo de paz, mas, se for assim, se ela for mesmo esse vazio, não quero ter paz não. Sim, é arriscado fazer esse tipo de afirmação, mas eu tenho mesmo afinidade com o perigo. Estou pulando do penhasco o tempo todo sem saber o que tem lá embaixo.
Eu poderia gritar agora mesmo, fazer uma ligação e falar as 735 palavras que estão presas na minha garganta, que poderiam ser resumidas em apenas 5. Mas dizer as 5 ou as 735 não faz diferença, então opto pelo silêncio falsificado, pelo distanciamento fingido e pelo desgostar gostado.
Hoje eu não faço sentido nenhum, hoje eu sou aspas sem ponto final, hoje eu sou aspas abertas que não se fecharam, hoje eu sou citação inacabada e é assim mesmo, não quero ter fim.
Vou afobada até o figurante dessa novela, grito, esperneio, torno importante o que nenhuma importância tem. Quem sabe assim não vai se tornando importante, importante, importante até que o que realmente importa passe a não importar mais.
Depois vou lá e desfaço tudo o que fiz. Vai-e-vem-vem-e-vai. Enquanto, do lado de fora, tudo é calmo e sereno. 

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Um drama sem razão de ser

De vez em quando a vida faz um pouco de cócegas no coração da gente, mas só de vez em quando. Esbarrei, num dia qualquer, com alguém que conseguiu dar uma sacudida no meu coração. Não foi nada de mais, não foi nada grande, muito menos concreto, mas eu senti uma emoção diferente. Daquelas pessoas que tocam a gente. Vale destacar que em tempos em que o coração não sente nada, uma pitadinha de emoção já é algo grandioso. 
Pra mim, todo mundo andava desinteressante e pra ele também. Mas nos interessamos mutuamente, mesmo sem saber porquê, só sabíamos que era consenso. Não vou te deixar no meio da rua, Renata. Agora você já pode dizer que comeu Pizza Guanabara. Esta é a pizza mais famosa da cidade. Eu gostei de você. Eu também gostei de você. Estou com sono, vou embora. Ligue pra mim. Não dá, vou ao Uruguai amanhã e você vai embora. Ligue assim mesmo, a gente pega um avião e se encontra. Aqui, este é o meu número. Você tem facebook? Tenho, mas não consigo mexer com o celular agora, estou tonta. Então virei as costas e fui embora, andando em direção ao hotel, que eu já nem sabia onde ficava depois de tantas doses de caipiroskas e ices. Renata, ele chamou. Eu não virei. Ele só precisava dizer que me ligaria, ele não disse.
Depois desejei que ele me ligasse.