segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A garota da varanda

Ela gosta de se sentar em frente à porta da varanda e sentir o vento bater nela. Está frio, mas não quer casacos, quer esta sensação térmica. Quer o silêncio. Quer o anoitecer. Quer a vida que está diante dela. Tem tanta sede de viver. Quer acertar, mas, antes disso, quer poder ser ela mesma, mesmo que isso implique em errar sempre. Ela tem um apego enorme a essa sua personalidade e seu jeito de ser, simplesmente não consegue largá-los. E sabe que não escolheu o caminho mais fácil, mas o que mais gosta. Gostar, sentir e apreciar são palavras muito importantes pra ela.
Ouviu em algum lugar que ser diferente é solitário. Compreendeu tão bem esta frase agora, neste exato momento. Mas não tem medo, pelo contrário, sente paz.

Um pouco de Caio Fernando Abreu

"Pedi uma definição: ou me quer e vem, ou não me quer e não vem. Mas que me diga logo pra que eu possa desocupar o coração. Avisei que não dou mais nenhum sinal de vida. E não darei. Não é mais possível. Não vou me alimentar de ilusões. Prefiro reconhecer com o máximo de tranqüilidade possível que estou só do que ficar a mercê de visitas adiadas, encontros transferidos. No plano real: que história é essa? No que depende de mim, estou disposto e aberto. Perguntei a ele como se sentia. Que me dissesse. Que eu tomaria o silêncio como um não e ficaria também em silêncio. Acho que fiz bem."

sábado, 8 de janeiro de 2011

Um pouco de Tati Bernardi

"Só para ele eu me desmontei inteira porque confiei que ele me amaria mesmo eu sendo
desfigurada, intensa e verdadeira, como um quadro do Picasso".