quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Da série coisas que eu queria perguntar, mas não vou

"Tenho vontade de perguntar baixinho: você não gosta nem um pouquinho de mim? Nem sequer um tiquinho? Olha só: eu tenho os dedinhos do pé bem estranhos. Eles não são absurdamente merecedores de amor?" 
Tati Bernardi.

Enquanto uns se privam, eu me jogo

‎"Eu sei que nunca mais encontrarei nada nem ninguém que me inspire uma paixão. Você sabe, não é tarefa fácil amar alguém. É preciso ter uma energia, uma generosidade, uma cegueira... Há até um momento, bem no início, em que é preciso saltar por cima de um precipício: se refletimos, não o fazemos. Sei que nunca mais saltarei."

Sim, o amor é tarefa árdua e difícil, mas, quanto a mim, saltaria mais 100 vezes ou quantas fossem necessárias. Porque não nasci para esse morno, para esperar que algo aconteça.
Sinto-me na fila do Insano, após o primeiro salto, com aquela ansiedade enorme pelo segundo, enquanto aguardo a minha vez de pular. A espera faz parte, é um momento necessário, mesmo que não haja fila, você precisa subir todos aqueles degraus daquela escada enorme. E essa subida cansa, é chata, sem emoção. Não nasci para esperas, mas preciso aprender a passar por elas. Quero, também, aprender a gostar do processo de subida, quero ir apreciando a paisagem, quero curtir todos os agoras - o pulo, a descida, a subida.
Enquanto aguardo meu próximo salto, fico aqui, de cima, apreciando a vista linda da cidade. Daqui a pouco chega a minha vez de pular... Porque a minha vida eu decidi viver com emoção!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Uma história colorida


Assim que entrei naquela lancha, tendo como cenário um sol lindo de Salvador, que comecei a reparar nele (e nos outros garotos). Sim, eu faço pré análises de carinhas com quem posso me envolver num futuro provável. Eu analisei os 3 garotos e em 5 minutos eu já o havia escolhido entre eles.
Eu já o havia conhecido há uns 2 meses, num Bailinho, em Brasília, mas acho que só trocamos aqueles 3 beijinhos típicos e nem demos atenção um ao outro. Naquela época eu não tinha atenção pra dar a ninguém. Entretanto, ali, em Salvador, quando parei para fazer a minha análise, ele me chamou muito a atenção. É praticamente impossível encontrar alguém que se encaixe na maioria dos meus itens de pré-requisitos para candidatos a provável envolvimento. Ele se encaixou na maioria deles em uma tarde e depois, à noite, conseguiu praticamente se encaixar em toda a minha lista e, por incrível que pareça, conseguiu ser mais interessante que o falecido. Eu poderia ter me apaixonado por ele só por este último motivo. Talvez ele tenha colaborado muito para a minha libertação pessoal.
Eu passei a tarde toda “na minha”, eu nem quis fazer charme, eu nem quis “conquistar” ninguém. E, por mais que eu o tenha elegido como candidato, eu só queria me divertir com pessoas agradáveis. Tanto não me preocupei em manter a beleza, que fui logo pulando no mar. As meninas não quiseram pra não estragar o cabelo, mas eu vi aquele mar lindo, com aquele sol escaldante, em frente à ilha de Itaparica e não me lembrei de cabelo nenhum, apenas pulei, sozinha e nadei. Por causa desse mergulho fiquei com o cabelo desgrenhado durante o restante do dia, mas não me importei. Todos decidiram ir à praia de bote e eu fui nadando e ele veio comigo. Trocamos algumas palavras durante o trajeto. Mais um ponto pra ele.
Depois eu paguei o maior vexa de todos: enquanto comia o peixe, um espinho enorme perfurou minha gengiva e minha amiga teve que fazer uma “mini-cirurgia” pra tirá-lo de lá. Eu, com o cabelo todo desgrenhado, estava na frente dele com a boca arreganhada enquanto minha amiga extraía o espinho.
Depois de todo esse incidente, ele ainda me desafiou a virar uma dose de um conhaque muito ruim (e depois eu descobri que era tudo com segundas intenções). Desafio proposto, desafio cumprido. Acho que ganhei um ponto com ele dessa vez.
Já de volta à lancha, o sol havia se posto e, sob a luz do luar, o pessoal perguntou se eu gostava do jeito Tony Stark dele, eu respondi que sim e fiquei corada, foi a deixa pra todo mundo sair. Ele se dirigiu a mim em terceira pessoa (com aquele sotaque que eu adoro), disse que havia gostado da garota, mas que qualquer passo adiante dependeria dela. Eu disse que, se a garota fosse eu e se tudo dependesse de mim, poderíamos dar vários passos em frente. Então ele encostou seus lábios quentes e salgados nos meus. Foi um beijo salgado com um significado doce pra mim.
Ele ganhou mais um ponto comigo quando me ligou, enquanto eu lanchava no Mc Donald's com minhas amigas e eu pedi que ele nos buscasse lá e ele disse que estava sem carro, mas me buscaria porque faria tudo o que eu pedisse (eu sei que garotos falam essas coisas pra impressionar a garota, mas eu quis deixar minha marra de lado e me colocar no papel da garota que se encanta com esse tipo de coisa, afinal eu estava em Salvador, vivendo um romance de um dia).
O próximo ponto (ele já deve ter ganhado de goleada esse jogo com tantos gols) ele conseguiu quando entramos no carro dele e a primeira coisa que ele fez foi tirar o calçado, dizendo que gosta de ficar descalço. Eu gosto quando revelam peculiaridades a mim, eu gosto de saber essas pequenezas sobre a vida de alguém com propensão a se tornar, pelo menos, um pouquinho especial.
E ele deve ter feito uns 5 pontos juntos quando me deixou uma mensagem privada na rede social, dizendo que eu salvei o fim de semana trágico dele.
Desde então sinto saudades e tento não ficar ansiosa com o fato de que, provavelmente, nos encontraremos em alguns dias. Eu quero fingir que isso nem é importante pra mim, eu queria não lembrar que ele vai buscar as coisas que esqueci no apartamento e que vai trazê-las pra mim, eu fico o tempo todo pensando que é apenas uma gentileza de quem vem a trabalho e, por coincidência, far-me-á uma entrega, tipo correio.
Talvez eu tenha enfeitado a realidade e é isso o que eu faço, mas é, justamente, porque essa história me inspirou que consegui colori-la. Eu não pulei ainda, eu nem sei se vou pular, mas, enquanto isso, eu fico colorindo a realidade daqui...

"Que seja doce"

Salomão disse que há tempo para tudo debaixo do sol. Tenho pensado no meu tempo de agora: minha alma anda silenciosa e fugidia. Não sei ao certo o que isso significa, acho que ela ainda tem medo - medo de ser feliz, acreditam? Tenho andado tão feliz e leve de preocupações maiores (porque sempre temos preocupações pequeninas no dia a dia), que fico inventando motivos pra me preocupar. A felicidade e a leveza de espírito assustam pessoas que já tiveram a alma dilacerada. Eu tinha me acostumado ao sofrimento, vejam só. Eu quis ser uma mártir da minha própria existência. Quanto drama habita dentro de mim. E, parafraseando Salomão novamente, tudo isso é correr atrás do vento.
Dia desses me peguei analisando meus sentimentos e minha atual propensão a estar apaixonada. Pensei comigo mesma em cada sinal que me fazia pensar que, talvez, eu pudesse estar me apaixonando novamente (ai, que medo. Apaixonar-se ainda é bom, mas e se isso virar amor? Creeedo, que preguiça do sofrimento que associei a esta palavra). Depois pensei que, se eu estava me apaixonando novamente, talvez eu não tivesse forças suficientes para enfrentar o fim do amor que não fluiu e que passou sozinha e estivesse querendo preencher o espaço em branco com outra paixão. Já estava prestes a me podar, quando minha psicóloga me disse: Deixe a vida fluir, menina. Deixe a vida acontecer. Você não foi atrás de uma paixão, ela veio até você. Não procure a infelicidade só porque está tudo bem. Aprenda a lidar com o tudo-bem.
Fiquei zen depois disso, soltei as rédeas, respirei fundo e deixei ser, deixei estar. Não me jogo na situação e nem recuo. Estou aqui sendo. Sendo ou não sendo..."que seja doce".