sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

M.,

Às vezes, sua expressão facial é quase nula e isso me deixa muito intrigada porque me impede de te ler.
Suas atitudes são antitéticas: Você é o rei do romantismo e dono das palavras perfeitas ditas no momento perfeito, cheio das carícias mais envolventes; e você também sabe emudecer e não tomar atitudes, desliga-se de mim como se desliga um eletrodoméstico da tomada.
Você tem um jeito de beijar que deixa a língua meio rígida que eu acho tão engraçado e até passei a gostar!
Eu gosto de dormir com suas camisas e do jeito como você diz "fazer amor".
Eu gosto quando você está dirigindo e coloca uma das mãos sobre a minha perna.
E eu queria que aquele momento das bóias e do maremoto durasse pra sempre. Você soube me fazer sorrir o sorriso mais puro com seu jeito bobo de tentar sentar na bóia que era tão desproporcional para o seu tamanho.
Eu te achei lindo, bem vestido, maduro e cheiroso no dia em que fui jantar em sua casa.
Há um pedaço específico no seu peitoral que não tem pelo e fica sozinho no meio dos pelos.
Eu sei ver coisas que poderiam ser defeitos, mas até elas se tornam características que me fazem gostar de você.
Não acho que eu esteja apaixonada, isso já aconteceu muitas e muitas vezes (e em cada uma delas, eu penso que "desta vez é especial, é diferente". Nunca é). Sou gato escaldado e estou cansada. Meus pés precisam de um chinelo. Quero ir embora, preciso ir embora. Minhas "relações" têm prazo de validade e eu sempre o ultrapasso e fica aquele gosto de estragado, sabe. A nossa está chegando a esse ponto. Talvez.

Beijos.


Renata.